E eu, acostumada com o mundo das palavras e certezas, me pego flutuando noutro que nem diz nem cala.
E eu, sempre tão decidida sobre o que eu não quero, me pego tentando convencer a mim mesma que posso querer isso também.
E eu, que sempre peço calma, me pego aprendendo a lidar com o passar do tempo: lento, leve, solto.
E eu, você sabe, amante do amor, do toque diário, da mutualidade, me vejo traíra, seca, só.
E eu, que sempre leio a todos, entendo a todos, quero a todos, me percebo analfabeta, extraterrestre, querendo um único desenho desse mundo ilustrado.
E eu, seguidora do coração, me pego tentando andar pelo caminho que teus olhos, todos eles, me levam.
E eu, sempre tão eu, me pego querendo ser mais você, que não sabe nem quem eu sou.
Copiado do blog Tempo de Pipa
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